«Lá conversa têm vocês. Defendem que Deus existe, mas em que é que isso altera a vossa vida quotidiana? Em que é que isso vos responsabiliza?
Nos primórdios da vossa Igreja houve quem desse a vida por essa fé. Além do mais, parece que se reconheciam à distância.
E hoje? Não é verdade que basta as águas correrem ao contrário, para que também vós façais inversão de marcha, tanto mais quanto isso, de alguma forma, vos beliscar a imagem ou sacudir a algibeira?
Dizeis que com a Ressurreição de Cristo tudo ficou iluminado, mesmo o inferno. Onde estão, pois, as vossas responsáveis sementes de ressurreição no rotineiro quotidiano?
Qual é a vossa oferta de felicidade, a vossa oferta de comunidade, de verdadeira experiência religiosa, de orientação e guia? Onde está a vossa capacidade de festa e de perdão?
Falai-me, melhor, mostrai-me na vida, a vossa esperança, a vossa alegria, a vossa responsabilidade e talvez eu acredite então no vosso Deus.
Não são estas as perguntas de tantos que, embora procurando, não gastam desta "loja"?»
Henrique Manuel
em "A ausência que nos une".
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