segunda-feira, 21 de maio de 2012

Tarde Vos amei!

"Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!
Eis que habitáveis dentro de mim, e eu lá fora a procurar-Vos!
Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
Estavas comigo, e eu não estava convosco!
Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não existisse em Vós.
Porém chamastes-me com um voz tão forte que rompestes a minha surdez!
Brilhastes, cintilastes, e logo afugentastes a minha cegueira!
Exalaste perfume: respirei-o suspirando por Vós.
Saboreei-Vos, e agora tenho fome e sede de Vós.
Tocastes-me e ardi no desejo da vossa paz".
                                                                      Confissões, de S. Agostinho

Recordando Simone de Beauvoir

"Deus foi-se tornando para mim
Uma ideia abstrata perdida no fundo dos céus...
E numa bela tarde apaguei-a.
Não senti falta, que Ele me roubava a terra.
Mas um dia compreendi que renunciando a Ele,
Me tinha condenado à morte".
                                                  Simone de Beauvoir 

Dar uma hora por dia à alma...

Numa altura em que vejo "partir" vários conhecidos e amigos, lembro-me do Padre António Vieira:

"Homens mortais, homens imortais, se todos os dias podemos morrer, se cada dia nos imos chegando mais à morte, e ela a nós; não se acabe com este dia a memória da morte. Resolução, resolução, uma vez que sem resolução nada se faz. E para que esta resolução dure, e não seja como outras, tomemos cada dia uma hora em que cuidemos bem naquela hora. De vinte e quatro horas que tem o dia, porque se não dará uma hora à triste alma? (...) Tomar uma hora cada dia, em que (...) cuidemos na nossa morte e na nossa vida. E porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que aceitareis este bom conselho, querop acabar deixando-vos quatro pontos em consideração para os quatro quartos desta hora: primeiro, quanto tenho vivido? Segundo, como vivi? Terceiro, quanto posso viver? Quarto, como é bom que viva? Torno a dizer para que vos fique na memória: quanto tenho vivido? Como vivi? Quanto posso viver? Como é bem que viva? Memento homo?"
Sermões (14)
Do livro de citações de Padre António Vieira

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Luta pelas "causas perdidas" ?...

Vale a pena lutar pelas "causas perdidas"?
Quando toda a gente diz que já não vale a pena lutar, que já não há volta a dar, ainda faz sentido lutar por aquilo em que se acredita?...
São perguntas que todos nós já nos colocamos.
Já não haverá mesmo mais nada a fazer?

Estratégia para nos levar "na onda"?...

Com muita frequência vamos pelo "mal menor".
Mas será que já não haja lugar à luta pelo bem maior?...
Não nos estaremos a satisfazer com o pouco?...

Dia Internacional do Fascínio das Plantas