Nesta época natalícia, não faltaram incentivos à solidariedade do povo português... vindos de gente do foro religioso e civil. E confesso que nisso somos bons. Basta ver os sucessivos recordes de recolha de alimentos nas campanhas do Banco Alimentar contra a Fome...
Contudo, não sei se essa solidariedade tem em nós o efeito redentor esperado por entidades civis e religiosas. É melhor do que nada, no entanto, vejo outros sinais preocupantes na nossa sociedade, que podem bem apagar o efeito positivo daqueles gestos...
Posso estar enganado, mas nesta época de crise, que não é só de cifrões, mas também de valores, parece estar a crescer o individualismo/egoísmo em locais de trabalho ou outros, em que cada um olha para o seu umbigo e se esquece do conjunto. Só assim se justifica o adormecimento da população em relação a caminhos tortuosos que temos seguido nestes últimos tempos, sem grandes esperanças de melhorias no futuro. Perante aqueles que nos hipotecam o futuro não podemos "serenar" (à boa maneira do pedido de Pinheiro de Azevedo nos tempos conturbados do pós-25 de Abril).
E aqueles que julgam que a nossa "serenidade" é sinal de amadurecimento do povo, talvez se enganem... a julgar pelas revoltas que existem, mas que, até agora, têm sido muito canalizadas para coisas comezinhas, como os futebóis e os penaltis "roubados" pelos árbitros, ou então para coisas do foro familiar, como a violência doméstica. Basta abrir as páginas do "Correio da Manhã" para nos apercerbermos que a violência anda aí...
É bom que comecemos a exigir... se não queremos ser trucidados por coisas escuras, que hipotecam o bem-estar daqueles que nos procederão nesta caminhada pela terra.
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