No tempo de D.João III, que reinou desde 1521 e 1557, "nem a contenção dos usos e costumes era suficiente para travar a dívida pública e os juros pagos por ela. Há quem contabilize uma dívida entre dois e três milhões de cruzados num reino que conseguia arrecadar, por ano, apenas um milhão. Metade desses rendimentos era obtida com o comércio ultramarino.
A gravidade da situação era tal que, por vezes, era vendida a carga que vinha nos navios da Índia mesmo antes de eles chegarem. Ora, com certa frequência, o mar ou a pirataria impedia que eles chegassem a bom porto, debilitando ainda mais as contas nacionais.
Os juros pagos pelos empréstimos atingiam, segundo alguns calculos, os quinze por cento, levando D.João III a recorrer às fortunas privadas, através da emissão de títulos da dívida pública. Com o tempo, essa forma de captação de reservas tornar-se ia mesmo obrigatória".
In: AA.VV., A vida louca dos Reis e Raínhas de Portugal, Junho 2011
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