terça-feira, 28 de setembro de 2010

E hoje como é?


«Em 1905, [Afonso] Costa ingressou na Maçonaria, um ritual de passagem para todos os aspirantes a políticos em Portugal.»


(frase citada por António Balbino Caldeira; foto da NET)


E hoje como é?...


sábado, 25 de setembro de 2010

Eduquem o povo

Estaremos nós irremediavelmente perdidos?...
Manuel Laranjeira não é dos que defende isso...
"Submeta-se esse desgraçado povo, criminosamente desprezado e levianamente caluniado, à prova decisiva: eduquem-no, intensamente, tenazmente, sem desfalecimento, e vê-lo-ão florescer e progredir como os povos cheios de saúde".

O mal português, segundo Laranjeira

Neste Verão dediquei-me a ler um pouco sobre autores portugueses do virar do século XIX para o XX (já que estamos em vésperas de centenário da República).
Um desses autores é Manuel Laranjeira, que escreveu um livrito chamado "O pessimismo nacional", que é a compilação de uma série de quatro artigos, escritos entre o fim de 1907 e início de 1908 para o jornal "O Norte".
Aí, ele escrevia coisas como estas:
"O mal da sociedade portuguesa é apenas este - a desagregação da personalidade colectiva, o sentimento de interesse nacional abafado na confusão caótica dos sentimentos de interesse individual. (...) O mal na verdade é profundo. E, de facto, o povo português tem amargas razões, razões de sobra, para ser pessimista.
A verdade é que na sociedade portuguesa a noção de personalidade colectiva, o sentimento de vida nacional, o sentimento de pátria se quiserem, não existe sobrepondo-se a todos os outros sentimentos de interesse individual. Existe apenas o sentimento e o espírito intolerante de seita, existe apenas o interesse da quadrilha, mascarados por um messianismo avariado, de ínfima qualidade.
Um dos aspectos mais típicos da vida portuguesa e um dos seus males mais funestos é a sua prodigiosa fertilidade messiânica. A cada passo surge um homem que se sente com envergadura e ventre de messias. Por cada messias que aborta, pululam inesgotavelmente centos de messias, toda uma falperra de messias. E, enquanto a nação rola à aventura de messianismo em messianismo, a sociedade portuguesa, lentamente, infatigavelmente, vai-se dissolvendo e desagregando".

Amor efectivo

Cristo da Concórdia (via NET)

Certo homem caiu num poço e não conseguiu sair de lá.
Uma pessoa subjectiva passou e disse:- Sinto muito que estejas aí, no fundo do poço.
Uma pessoa objectiva, olhando-o, declarou:- Estava-se mesmo a ver que alguém havia de cair neste poço.
Um fariseu exclamou:- Só pessoas más é que caem em poços.
Um cientista pôs-se a calcular a pressão necessária para tirar o homem de dentro do poço.
Um geólogo espreitando para dentro sugeriu:- Aí dentro podes apreciar as rochas do poço.
Um gabarola proclamou:- Isso não é nada, havias de ver o meu poço.
Um psicólogo aconselhou:- Tudo o que tens a fazer é convencer-te que não estás num poço.
O optimista advertiu:- Podia ser bem pior.
O repórter quis logo o exclusivo da história do homem que caiu no poço.
O moralista disse:- Se me tivesses escutado, não estarias agora nesse poço.
Um pregador retorquiu:- O teu poço é apenas um estado de espírito.
Por fim, passou Jesus. Vendo o homem, estendeu-lhe a mão e tirou-o para fora do poço.
(In: Blogue “Partilhar”).

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

E agora a notícia...

"A extinção das escolas primárias é um processo em curso há vários anos, que decorre do despovoamento das aldeias do interior do País e da procura em encontrar melhores condições para as crianças. Mas, apesar de o princípio ser correcto, é necessário acautelar e assegurar a transição saudável para a escola nova, alerta José Morgado, psicólogo. "É preciso aprender a escola antes de aprender as coisas da escola. Ou seja, não se trata apenas de despejar as crianças num espaço novo. É preciso acolhê-las, deixá-las interiorizar as novas rotinas e guiá-las pelo espaço", diz ao DN o investigador do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). Dentro da sala de aula é preciso garantir que a interacção entre aluno e professor se mantém, pois daí resulta o sucesso escolar, considera. Por isso, transferir a criança de uma turma com 10 alunos para outra com 20 pode ser benéfico, permite melhor socialização. Mas, se for para uma de 30, pode-se perder a chave de aprendizagem, diz.
"As crianças têm grande capacidade de adaptação e, se sentirem segurança, facilmente se integram com outras crianças e adultos", afirma José Morgado, realçando que o argumento da distância agrada mais a pais do que a filhos. "Acham que estar mais perto quer dizer que estão mais seguros." José Morgado está mais preocupado com o tempo que as crianças passam na escola. "Se para os pais dá jeito que fiquem lá doze horas, para a criança isso é uma intoxicação, uma overdose de escola."
Mas, "a dinâmica de encerramento não tem fim à vista, reconhecem Governo e autarquias".
DN, 19.09.2010

Overdose de escola

"Maior risco não é a distância de casa mas a 'overdose' de escola"

Título de notícia no DN de 19.09.2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Exercício prático

Se nos deslocarmos à FNAC, em Coimbra, vale a pena observar as estantes dos livros... Analise-se o espaço dedicado ao esoterismo e afins, em comparação com o espaço dedicado à religião, entendida no sentido que tradicionalmente lhe conferimos...
...Tem ou não razão Gilles Lipovetsky (professor agregado de Filosofia da Universidade de Grenoble e membro do Conseil d'analyse de la société, orgão consultivo do primeiro-ministro de França)?!

Espiritualidade consumista (II)

«Quando domina uma concepção intramundana e subjectiva da salvação, cresce, em paralelo, a comercialização das actividades religiosas e para-religiosas, uma vez que os indivíduos têm a necessidade de encontrar “no exterior” meios de consolidar o seu universo de sentido que a religião institucional não consegue construir. Nenhum exemplo deste fenómeno é tão elucidativo quanto a “nebulosa mística esotérica” e os grupos que se autoproclamam de New Age. No seio deste movimento multiplicam-se as livrarias especializadas e as salas de exposição, toda uma oferta cultural feita de aulas com gurus, de centros de desenvolvimento pessoal e espiritual, estágios de meditação zen e yoga, ateliers sobre os “chakras”, consultas de “medicina espiritual”, cursos de astrologia e numerologia, etc. Visto que as obras de religião e os romances espirituais obtêm um tremendo êxito ao nível de vendas, muitos editores investem neste novo e prometedor nicho. Na sociedade de hiperconsumo, até a espiritualidade se compra e vende. Se é verdade que a reemergência pós-moderna do religioso exprime um certo desencanto face ao materialismo da vida quotidiana, verifica-se também que o fenómeno é cada vez menos alheio à lógica comercial. A espiritualidade tornou-se mercado de massas, produto a comercializar, sector a gerir e a promover.
Simultaneamente, devido ao enfraquecimento das capacidades organizadoras das instituições religiosas, verifica-se uma forte tendência para a individualização do crer e do agir, para a criação de laços particulares e para a relativização das crenças. Hoje, até a espiritualidade funciona em livre-serviço, na expressão das emoções e dos sentimentos, na procura resultante da preocupação com o melhor-estar pessoal.
(…) A reafirmação contemporânea do religioso encontra-se marcada pelos mesmos traços que definem o turboconsumidor experiencial: participação temporária, incorporação comunitária livre, comportamentos à escolha, primazia do melhor-estar subjectivo e da experiência emocional. A este nível, o Homo religiosus afigura-se mais à continuação do Homo consumericus de outras formas que não a sua negação. Não se trata, evidentemente, de reabsorção do religioso pelo consumo: simplesmente, a fórmula do supermercado estende-se aos territórios do sentido, os princípios do hiperconsumo invadem a alma religiosa».

Gilles Lipovetsky, Felicidade paradoxal, Ed. 70, Lisboa 2007, pp. 111-113

A espiritualidade consumista (I)

«Já nem a religião constitui um contrapoder face ao avanço do consumo-mundo. Ao contrário do que se verificava no passado, a Igreja já não privilegia as noções de pecado mortal, já não exalta o sacrifício ou a renúncia. O rigorismo e a culpabilização perderam muita da sua importância, tal como as antigas temáticas do sofrimento e da mortificação. Uma vez que as ideias de prazer e de desejo são cada vez menos associadas à “tentação”, a convicção de que cada um tem que carregar a sua cruz na Terra vai-se esbatendo. Já não se trata tanto de inculcar a aceitação das provas, mas sobretudo de responder à decepção perante mitologias seculares que não conseguiram cumprir a sua promessa e trazer a dimensão espiritual necessária ao desenvolvimento completo da pessoa. De uma religião centrada na salvação no Além, o cristianismo passou a ser uma religião ao serviço da felicidade terrena, colocando a ênfase nos valores da solidariedade e do amor, na harmonia, na paz interior, na realização total da pessoa. Daqui se concluiu que assistimos, não exactamente a um “retorno” do religioso, mas sobretudo a uma reinterpretação global do cristianismo, tendo-se este último ajustado aos ideais de felicidade, hedonismo e desenvolvimento pessoal difundidos pelo capitalismo de consumo: o universo hiperbólico do consumo não foi a sepultura da religião, mas o instrumento da sua adaptação à civilização moderna da felicidade terrena.»
continua...

sábado, 18 de setembro de 2010

O Homem

Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios para minorá-los. Passava dias no seu laboratório à procura de respostas para as suas dúvidas. Certo dia, o seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar para outro lugar. Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objectivo de distrair a sua atenção. De repente deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, com um rolo de fita cola, entregou ao filho e disse:
-Gostas de quebra-cabeças? Então vou-te dar o mundo para arranjares. Aqui está o mundo todo partido. Vê se consegues arranjá-lo bem direitinho! Faz tudo sozinho. Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
-Pai, pai, já fiz tudo. Consegui acabar tudinho!
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que nunca tinha visto. Relutante, o cientista levantou os olhos das suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços tinham sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como é que o menino tinha sido capaz?
-Tu não sabias como era o mundo, meu filho, como conseguiste?
-Pai , eu não sabia como era o mundo, mas quando tu tiraste o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado tinha a figura de um homem. Quando tu me deste o mundo para arranjar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a arranjar o homem que eu sabia como era. Quando consegui arranjar o homem, virei a folha e vi que tinha arranjado o mundo.

Texto recolhido por Sandra Dantas. Mapa retirado do Google.

Einstein

Pensamentos do génio Albert Einstein:

"A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original".

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"O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário".

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"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta".

Desemprego

(foto retirada da NET)
Enquanto andam aí uns senhores a discutir quais os dados mais fiáveis, se os do Eurostat se os do INE, o desemprego vai preocupando cada vez mais...
... E não se vê respostas para ele, a não ser esperar por melhores dias!
Agora é tempo de falar em "dívida", "orçamento", "FMI", o "desemprego" fica para depois!

Dignidade

(imagem retirada da NET)

Já temos pouco tempo para sairmos desta crise com dignidade...

domingo, 12 de setembro de 2010

Místicos cristãos

Juan Martín Velasco, no seu livro "Doze místicos cristãos", recolhe a experiência de fé e oração de alguns dos maiores santos do universo cristão.
Eis duas orações recolhidas por Velasco:
Para ordenar sabiamente a vida:
"Concede-me, Senhor Deus meu, inteligência que Te conheça, diligência que Te procure, sabedoria que Te encontre, conduta que Te agrade, perseverança que Te espere e confiança de que um dia finalmente Te abrace".
S. Tomás de Aquino

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"Tomai, Senhor, e recebei esta minha liberdade, a minha memória, a minha inteligência e toda a minha vontade, tudo o que tenho e tudo o que possuo. Vós mo destes; a vós, Senhor, o restituo. Tudo é vosso; de tudo disponde segundo a vossa vontade. Dai-me o vosso amor e a vossa graça, que isto me basta". (Exercícios espirituais, 234)
S. Inácio de Loyola

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Questão de princípio

A história passou-se em Nova Iorque, "numa reunião da Internacional Socialista, em plena sala da Assembleia Geral das Nações Unidas. Shimon Peres, após ter perdido as eleições e umas semanas depois da morte de Itzhak Rabin, fez uma intervenção onde confessou que Rabin só foi discursar no sítio onde haveria de morrer porque ele o convencera a isso. E que perdera as eleições por defender a paz quando sabia perfeitamente que o país desejava a guerra. Na sua opinião, não fazia qualquer sentido abdicar de uma questão de princípio para tentar ganhar".
História contada por Luís Osório na revista "Tabu", que acompanha o jornal "Sol".

Constatação banal...

«A constatação é banal: à medida que as nossas sociedades enriquecem, surgem incessantemente novas vontades de consumir. Quanto mais consumimos, mais queremos consumir: a época da abundância é indissociável de um alargamento indefinido da esfera das satisfações desejadas e de uma incapacidade de pôr fim aos apetites de consumo, sendo a saturação de uma necessidade acompanhada de novas exigências. Daí a pergunta habitual: a que se deve esta escalada sem fim das necessidades? O que é que faz correr incansavelmente o consumidor?»
Gilles Lipovetsky, A felicidade paradoxal, Ed. 70, Lisboa 2007.