quarta-feira, 22 de setembro de 2010

E agora a notícia...

"A extinção das escolas primárias é um processo em curso há vários anos, que decorre do despovoamento das aldeias do interior do País e da procura em encontrar melhores condições para as crianças. Mas, apesar de o princípio ser correcto, é necessário acautelar e assegurar a transição saudável para a escola nova, alerta José Morgado, psicólogo. "É preciso aprender a escola antes de aprender as coisas da escola. Ou seja, não se trata apenas de despejar as crianças num espaço novo. É preciso acolhê-las, deixá-las interiorizar as novas rotinas e guiá-las pelo espaço", diz ao DN o investigador do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). Dentro da sala de aula é preciso garantir que a interacção entre aluno e professor se mantém, pois daí resulta o sucesso escolar, considera. Por isso, transferir a criança de uma turma com 10 alunos para outra com 20 pode ser benéfico, permite melhor socialização. Mas, se for para uma de 30, pode-se perder a chave de aprendizagem, diz.
"As crianças têm grande capacidade de adaptação e, se sentirem segurança, facilmente se integram com outras crianças e adultos", afirma José Morgado, realçando que o argumento da distância agrada mais a pais do que a filhos. "Acham que estar mais perto quer dizer que estão mais seguros." José Morgado está mais preocupado com o tempo que as crianças passam na escola. "Se para os pais dá jeito que fiquem lá doze horas, para a criança isso é uma intoxicação, uma overdose de escola."
Mas, "a dinâmica de encerramento não tem fim à vista, reconhecem Governo e autarquias".
DN, 19.09.2010

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